sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Congresso, mostra a tua cara!


Câmara aprova 854 cargos; custo chega a R$ 22 milhões
A Câmara aprovou ontem projeto que cria mais 425 cargos efetivos, 350 cargos de confiança - os chamado de Direção e Assessoramento Superiores (DAS) - e 79 Funções Gratificadas (FG). Segundo a justificativa do projeto, de autoria do Executivo, a estimativa de impacto com a criação dos 854 cargos, no Orçamento de 2009, será de R$ 22,2 milhões. Ontem, os deputados levaram apenas 25 minutos para votar o requerimento de urgência e o mérito do projeto em plenário. A votação foi simbólica e ele segue agora para o Senado.
A maior parte dos cargos servirá para compor o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), criado pela proposta e que irá tirar do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) a administração de museus no país.
Dos cargos de confiança, 264 DAS e 20 FG serão distribuídos entre o Iphan, a Fundação Cultural Palmares e o Ministério da Cultura. Segundo a assessoria de imprensa do ministério, a maior parte dos cargos comissionados será usada para aumentar os salários de servidores concursados. Apenas 26 cargos, garante o Ministério da Cultura, terão efetivamente novos servidores.
Isabel Braga - O Globo

Comissão do Senado cria 7.554 novas vagas de vereadores
Acordão vai apressar novas vagas para vereadores
Líderes dizem que votarão em tempo recorde no Senado
Para que milhares de suplentes possam ser empossados, em fevereiro, juntamente com os vereadores eleitos em outubro, um acordão de líderes vai permitir que tenha tramitação relâmpago no plenário do Senado, semana que vem, a emenda constitucional que aumenta em 7.343 o número de cadeiras nos legislativos municipais de todo o país. Já há consenso na Casa, inclusive com o apoio do presidente Garibaldi Alves (PMDB-RN), de que é razoável votar o texto aprovado, por unanimidade, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A emenda recria as vagas, mas deixa para depois a redução dos orçamentos das câmaras de vereadores.
A aprovação na Câmara da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) com aumento de vagas estava condicionada à redução do repasse de 5% da receita líquida dos municípios para 2%. Isso significaria reduzir a menos da metade o atual gasto anual, de mais de R$ 7 bilhões. Agora, o risco é de, num futuro próximo, o Congresso aprovar o aumento desse gasto.
- Não há ampliação de cargos nem acréscimo de despesas para o erário - justificou Garibaldi. O senador César Borges (PR-BA), relator da matéria na CCJ, confirmou ontem que já houve acordo dos líderes para que o texto seja votado na próxima semana.
Maria Lima - O Globo

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Lula disse: Natal de 2008 será 'o melhor' do meu governo



Lula caminhava pelos meandros do seu mandato, pisando nos indicadores econômicos distraído, quando uma crise lhe caiu sobre a cabeça.
Era um meteoro que veio dos EUA. Deu-se uma explosão de verdades que estavam adormecidas.
A habilidade de Lula de lidar com a crise depende da capacidade do governo Lula de lidar com as suas próprias verdades.
Por ora, Lula agarra-se a uma verdade própria, peculiar, cor-de-rosa. Nesta segunda (8), o presidente voltou a prever um Natal fantástico.
Talvez o melhor dos seus seis anos de mandato. "Porque a economia está crescendo, tem uma crise que se apresenta pela frente, que nós saberemos cuidar dessa crise..."
"...Para não causar prejuízos, vamos fortalecer o mercado interno e vamos fazer com que a indústria nacional seja fortalecida".
Lula falou para uma platéia de militares. Participava de de confraternização de final de ano. Atribuiu o frêmito que uiva sobre a economia brasileira a um pânico injustificado.
"Tem uma crise verdadeira, mas também um pouco de pânico, aquela crise em que as pessoas, mesmo tendo recursos, não querem comprar, porque ouviram dizer que tem uma crise".
Contra o pânico, Lula recorre à quiromancia. Diz que a crise será "coisa do passado" já em 2010, ano da sucessão presidenmcial.
Vá lá que Lula atue como animador de auditório. É parte da função de um presidente tentar injetar ânimo na alma nacional.
Mas quando a marquetagem é muita, costuma voltar-se contra o mercador de ilusões.
Texto: Josias de Souza

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

AS & DS - Antes e depois do "sifu"...


Lula trazia um pronunciamento escrito por assessores. Mas avisou: "Não tem nenhuma razão para eu ler esse discurso aqui".

Falaria sobre o Fundo Setorial do Audivisual, lançado no Rio, nesta quinta (4). Desistiu: "A pessoa menos indicada para falar de audiovisual seria eu". Preferiu tratar de "um outro assunto".
Brindou a platéia de produtores culturais e artistas com um improviso de 45 minutos sobre a crise global.

Em certos momentos, recorreu a um linguajar de botequim:

-Um médico não diz ao paciente que ele 'sifu'
-Sou otimista, adoro uma crise, adoro ser provocado'
-Às vezes, eu me sinto como se fosse o Dom Quixote,
-Parte da elite brasileira é colonizada intelectualmente'
-O mercado teve uma diarréia daquelas, insuportável'
-O Brasil vai sair dessa crise 'por cima da carne seca'

Leia mais: Josias de Souza

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Monumento à marolinha....


A Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) prevê uma "carnificina" sobre o quadro geral de empregos no país após as festas de fim de ano. O setor é responsável hoje por 294,7 mil empregos diretos.

Ontem, durante apresentação do balanço, o setor colocou sobre os ombros do governo, e em parte do sistema bancário brasileiro, a responsabilidade de evitar demissões em massa na indústria de bens de capital.

Dados do Departamento de Economia e Estatística da associação mostram retração de 10,3% no nível de atividade do setor em outubro em comparação a setembro. O faturamento da indústria de máquinas em outubro foi de R$ 7,33 bilhões. Na terça-feira, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) havia registrado recuo de 1,7% na atividade industrial em outubro.

Na avaliação do setor, entretanto, a indústria chegou a uma "encruzilhada". Até outubro, os dados acumulados são excepcionais, fruto de forte investimento. Entre janeiro e outubro, o faturamento global de R$ 65,4 bilhões representou alta de 24,8% em termos reais (já descontada a inflação). Segundo Carlos Pastoriza, vice-presidente da Abimaq, esses dados estão no "retrovisor". "A crise global mudou as expectativas."

Texto: Agnaldo Britto, na Folha

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Conselho de ética?????????


Nem culpados nem inocentes, só restaram cúmplices

Prevaleceu a impudência. Por 10 votos contra 4, o Conselho de 'Ética' da Câmara mandou às favas o pedido de cassação do mandato do deputado Paulinho.

O que há de mais trágico na decisão não é o flerte com a desfaçatez. O mais sinistro é a ausência de surpresa. Todo mundo já sabia.

Cada vez que se reúne para decidir o que fazer com um de seus malfeitores, o Legislativo informa ao país de que matéria-prima é feito.

Não é feito de culpa. Tampouco de inocência. É feito de cumplicidade. Nem preto nem branco. O que há é um ton-sur-ton amoral.

Em passado remoto, o brasileiro ainda buscava alento na impressão de que o Congresso, como o colesterol, se dividia entre o ruim e o bom.

Constatar que os dois tipos são indistinguíveis é desalentador. Ou o colesterol bom prova que existe ou a degeneração será completa. E não haverá coração que aguente.