quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Katrina de Pindorama...


Katrina passou na janela, e a Carolina barbuda não viu
O furacão Ike matou quatro pessoas em Cuba. As chuvas já fizeram, em números oficiais, provavelmente subestimados porque deve haver corpos soterrados, 69 vítimas fatais em Santa Catarina.

Duas tragédias, dois presidentes. Para responder à emergência cubana, com seus quatro mortos, Luiz Inácio Castro da Silva convocou uma reunião de emergência com sete ministérios e editou uma MP determinando ajuda humanitária ao país. Para Santa Catarina, por enquanto, ele pediu um minuto de silêncio. Ah, sim: determinou que quatro ministros dêem uma espiadela na tragédia que acomete o estado. O governo ofereceu helicópteros para resgate e alguns colchões. E só. Nada de Medida Provisória liberando dinheiro.

Vamos entender as coisas na sua devida dimensão. A presença de ministros no local da tragédia, se não tiverem recursos a oferecer, é inútil. O papel da solidariedade política cabe ao chefe da nação — que é Lula. Ele, sim, já deveria ter pisado em solo catarinense para evidenciar que a população não está só. Tratar-se-ia de um simbolismo, enquanto seus auxiliares, em Brasília, viabilizariam os recursos. E olhem que nem seriam necessários sete ministros...

É o lado Bush de Lula. Katrina passou na janela, e a Carolina barbuda não viu.

O povo de Santa Catarina já se ergueu de outras tragédias. E o fará de novo. Que isso não sirva para esconder a lentidão do governo federal em prestar socorro àqueles brasileiros.

Pindorama das marolinhas...


Lula volta a incentivar população a não parar de consumir
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a incentivar nesta terça-feira (25) as pessoas a continuar consumindo bens e serviços apesar da crise. Segundo ele, se o trabalhador deixar de fazer compras, corre o risco de perder o emprego em razão da diminuição da atividade econômica.
Durante a entrega do Prêmio Práticas Inovadoras de Gestão, no âmbito do programa Bolsa Família, Lula reafirmou também que os programas sociais do governo não sofrerão cortes por causa da crise financeira internacional.“Não haverá um centavo de corte em nenhum programa social que está em andamento. Se tiver crise mais forte, a gente pode até não aumentar o beneficio [do Bolsa Família], mas pode ter certeza que não haverá crise no mundo que me obrigará a tirar dinheiro dos pobres”, garantiu Lula.
Segundo ele, o país entrou numa fase de crescimento que não pode ser abandonada e, por isso, a manutenção do consumo interno é fundamental. O presidente ressaltou as medidas já tomadas pelo governo para enfrentar a crise internacional e disse que elas visam manter o mercado interno aquecido.Lula disse que falar na crise é prejudicial. "Na medida em que todo mundo fala em crise, toma café de crise, almoça crise, janta crise, dorme com crise e acorda com crise, isso vai criando um determinado pânico na sociedade, e as pessoas começam a se retrair", afirmou.
Segundo o presidente, isso afeta o mercado. "O trabalhador pensa assim: 'Eu não vou fazer a compra da minha televisão, da minha geladeira, do meu carro, do berço do meu filho, do material de construção que eu preciso porque eu tenho medo de perder o emprego'. Ele corre o risco de perder o emprego se não comprar, porque daí o comércio não encomenda para a indústria que não produz e aí não tem emprego”, argumentou o presidente.
Para manter o mercado interno aquecido, o governo lança no início do próximo mês uma campanha publicitária incentivando os brasileiros a acreditar na economia do país e incentivando as compras.
Segundo o ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, o mote da campanha será: “O mundo aprendeu a confiar no Brasil. E o Brasil confia nos brasileiros”.
Texto: Jeferson Ribeiro, do G1

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Lula news...


PARA LULA, SE DESEMPREGO CRESCER, A CULPA É NOSSA
Vi Lulovsky Apedeutakoba ontem na TV. Muito ponderado, ele sugeriu que o sujeito que já está endividado não se meta em mais dívidas. Já aos não-endividados, ele recomendou que não temam o crediário e partam para os compras. Não parou por aí.
Exercitando o que aprendeu na aula de Massinha I do pré-primário de como funciona o mercado interno, afirmou que, se ninguém comprar, o país produz menos, e, se o país produz menos, o desemprego aumenta.
É uma lógica realmente interessante. FHC era culpado não apenas pelas crises externas — já Lula cobra de George W. Bush a solução — como pelo desemprego. Alguém soprou ao Apedeuta uma nova verdade: caso alguém seja demitido, a culpa será dos brasileiros que não foram às compras.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Marolinha teco-teco...o ás da "avuação"...


Neste ano, o presidente Lula passou 62 dias fora do Brasil, em 20 viagens por 25 países. A ida à Itália e aos Estados Unidos - entre o sábado passado e o próximo sábado - é a 21ª viagem ao exterior no ano. Lula ainda deve ir à Venezuela, em 28 de novembro, quando completará uma média de duas idas ao exterior por mês. Em 2007, ele ficou mais de 500 horas no ar, em viagens nacionais e internacionais: 132 dias fora do Planalto, viajando por 29 países e por 21 dos 26 estados brasileiros. Texto: Blog do Noblat

Nostralula...visionário das marolinhas...


sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Femicídio


No dia 16/10, noticiou-se o seqüestro de duas adolescentes em Santo André (SP), ambas de 15 anos, por um rapaz de 22 anos, que acabou matando uma, sua ex-namorada, e ferindo gravemente a outra com disparos de revólver. A imagem das meninas pedindo socorro pela televisão desvelou uma realidade nacional que sempre ficou escondida debaixo do tapete.

De fato, tragédias como essa ocorrem diariamente. No dia 11/10, um marido assassinou sua esposa a facadas em Recife (PE). Em 12/10, um homem de Ceilândia (DF) matou sua mulher com arma de fogo. Ambos recusaram-se a aceitar que as companheiras quisessem se separar.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que 70% das mulheres assassinadas no mundo sejam vítimas de seus próprios companheiros.

Em Portugal, há uma morte por semana ("Portugal Diário", 4/9/08). As estatísticas brasileiras são igualmente espantosas: 66,3% dos acusados de homicídio contra mulheres são seus parceiros (pesquisa do Movimento Nacional de Direitos Humanos, 1998). Só no Distrito Federal, há semanas em que são assassinadas pelo menos quatro mulheres, compondo uma aterradora média de um homicídio a cada dois dias ("Correio Braziliense", 23/7/06).

Tais estatísticas se referem só aos crimes consumados. Porém, se computarmos as tentativas de homicídio em que as vítimas conseguem sobreviver -inclusive com seqüelas-, chegaremos a um número assustador.

Por ser a tentativa de separação sempre uma situação dramática para o gênero feminino, os casos se incluem no conceito de femicídio, termo cunhado para denominar a eliminação sistemática de mulheres. A antropóloga Rita Segato esclarece que, tal qual o genocídio, o femicídio não atinge o indivíduo, mas a categoria a que ele pertence ("A Complexidade da Violência", 2006).

O fenômeno ainda não é compreendido pelo Estado e pela sociedade. Tome-se como exemplo o caso de Santo André, em que parte da mídia tratou de justificar o comportamento do acusado, alegando que ele "amava" a vítima. Uma apresentadora de TV até amenizou os fatos, sugerindo que o acusado não entregaria a menina "porque estava junto da pessoa amada". Alguns "especialistas de plantão" chegaram a culpar a vítima, por ter renegado "amor tão grande".

Durante o período do seqüestro, perguntei a um policial especialista por que os atiradores não atingiam o seqüestrador. Ele justificou dizendo que o rapaz não visava dinheiro, mas só seu "amor". Após a tragédia, o próprio comandante da operação deu declaração semelhante à imprensa.

Essa visão busca justificar os atos dos assassinos, classificando-os como "passionais". O femicídio, porém, não tem nada de paixão ou de amor. São assassinatos premeditados de mulheres, apenas pela sua condição. São crimes de ódio, ou, na definição das sociólogas Ana Liési e Lourdes Bandeira, são crimes de poder, que "evidenciam a força do patriarcado como uma instituição que propõe e sustenta a autoridade masculina para controlar, com poder punitivo" ("Violência Doméstica - Vulnerabilidades e Desafios na Intervenção Criminal e Multidisciplinar", 2008).
É claro que o sentimento de rejeição afeta igualmente homens e mulheres. Porém, a prática de femicídio, antecedida pela clássica ameaça "se não ficar comigo, não ficará com ninguém!", compõe um sentimento de poder masculino. Os assassinos têm amor e paixão, sim, mas por si próprios. Eles se consideram tão importantes e superiores que não admitem que uma mulher possa dispensá-los.

Tal sentimento de posse é resquício das épocas em que as mulheres eram consideradas propriedade do macho.A educação familiar e social das crianças ainda é no sentido de afagar o ego masculino, aceitando suas fraquezas e explosões violentas, e de convencer as meninas a serem "princesinhas" dóceis, submissas e compreensivas.

Outro exemplo de incompreensão do fenômeno ficou patente em recente julgado do STJ, que afastou a aplicação da Lei Maria da Penha a ex-namorados. Com essa decisão equivocada, meninas como as vítimas de Santo André não poderão pedir que os acusados fiquem proibidos de se aproximar ou que sejam presos. Eles poderão agir livremente.

Essa situação nos equipara ao regime Taleban, no Afeganistão, onde as mulheres podiam ser apedrejadas na rua se namorassem, pois elas deviam se guardar para um único homem. No Brasil, além dos maridos, os namorados também se julgam os senhores absolutos das parceiras. As tragédias relatadas revelam nossa incapacidade de impedir a tradição.

Nesse momento de luto nacional, a reflexão é o que nos resta.

Por FAUSTO RODRIGUES DE LIMA, Promotor de Justiça do Distrito Federal e coordenador do livro "Violência Doméstica - Vulnerabilidades e Desafios na Intervenção Criminal e Multidisciplinar"; e KARINA ALVES SILVA, advogada.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

terça-feira, 4 de novembro de 2008